A vida é o mar onde todos os desejos se encontram e se afogam

A vida é o mar onde todos os desejos se encontram e se afogam

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Deixe



Me deixa, o tempo não pode seguir nossos desejos
Calma-te, não há mais esforços
Silenciemos, nossas vozes não podem cortar a distância
Deixe que o palpitar conduza as palavras farmacon
Deixe que o olhar denuncie o causador
Deixe! Não se carrega corpo morto, se enterra

Me deixa ainda que te ame
Porque ele vai morrer aos poucos nesse caminho espaçoso
Seus pedaços, um a um, vão cair como gotas de sangue
Vai causar danos, terror, vão jorrar lágrimas
Deixa que ele caia inteiro e ensope a terra
Que ela absorva o sentimeto vulnerável
Que faça nascer sementes de esperança
Aquela que por nós não houve simpatia

Deixe que o rei domine
Pois que somos meros escravos
E temos apenas duas escolhas
Morrer aos poucos ou deixar cair-se
Como se pudesse ser menor a dor
Como se houvesse outra via

Feche os olhos e sinta o vento
Esvoaçando toda força do sentimento
Sinta a água lavando toda lágrima
Sinta o forte calor levando todo amor
Que nos voltemos as costas
Sabiamente escolhamos nossos destinos
Pois que não podemos lutar
Que o tempo caia sobre nós
E nos leve à se pôr como o sol no mar.

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