A vida é o mar onde todos os desejos se encontram e se afogam

A vida é o mar onde todos os desejos se encontram e se afogam

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

I feel i'm lost.




Viver como se através desse vidro-espelho visse, se visse em algum outro lugar, em alguma outra pessoa, em algum outro estado.
Duro ser o que se é, porque não pode-se ser o que quer. Presos sempre, tão envolvidos em sonhos, tão lindos, mares calmos, lugares onde jamais irá. Apenas os livros conhecerão aquelas palavras, aqueles sorrisos, aquela paisagem. Presos em suas miseras existências, comendo cada dia
ilusões ficticias, produzindo-as para aliviar a dor de nunca ser nem viver os grandes sonhos. E a cada passo vai-se pro habismo, viver desejando fazê-lo itensamente sem saber que amanhã pode ser o ultimo, vivendo tão insatisfeito, e o tempo enimigo eterno não lhe deixa fazer o que precisa. Arriscar, quantos passos para cair na loucura e deixar de acreditar que pode trapacear a realidade?
Tão duro sentir aquela planta nova, diferente, que deseja ser aplaudida, irromper o peito querendo nascer e morrer aos poucos por falta de oxigênio, não há mais como respirar.
Existência fútil, ser humano vazio , sempre em busca do perdido, sempre encontrado e perdido, efêmera felicidade, duradouro sofrimento em buscar, sempre em busca.
Sempre. Existência patética, vitórias patéticas, talvez só válidas pela capacidade e perversidade dada de poder sonhar, imaginar, viver em fantasia, mas tendo a consciência de ser apenas ela, sempre.




O ser humano é tão forte, é lindo admirar sua luta insana pela felicidade e é mais insano sabendo que estão perdendo seu tempo, mas afinal o que seria da vida sem a luta?
É incrível sua capacidade de se erguer, de ter esperanças, de continuar acreditando que um dia as coisas podem mudar e mais ainda que pode chegar a mudar seus destinos. Tão ironico e tão triste vê-los caminhando num deserto, numa eternidade de deserto imaginando que ao redor existe algum paraíso a ser encontrado. É invejável a sua força, a sua coragem, a sua capacidade de continuar vivendo , de apreciar a vida, ainda que seja apenas viver seus instintos, e pior, tendo consciência de sua miserável vida.
Uma eternidade de sofrimento, de feridas, de mágoas e uma pontada de esperança de beleza, de bondade, de graça.
Eu os admiro! Admiro a capacidade de se levantar quando vêem tudo perdido. Tantas lágrimas e ainda encontram motivos pra sorrir, ainda que imbecis, ainda que estejam sempre fugindo, admiro a capacidade deles a força de continuar seguindo em frente.



Quando a noite tiver chegado.
E a terra estiver escura,
 E a lua for a única luz que veremos,
 Não, eu não terei medo.
 Não, eu não terei medo

terça-feira, 10 de julho de 2012

Almas amigas


Afeto é cuidar e desejar curar todo ser de alguém que você possa não conhecer por muito tempo, nem ter trocado muitas palavras, mas soa já de almas, infinitas afinações, energia colorida atravessando corpos e criando a mais bela sinfonia. Um olhar pleno de lágrimas acumuladas, a dor do peito matracando pela admiração de um anjo num corpo humano. Toda palavra acariciada e emoldurada pelo sabor de um sorvete com chocolate, morango e creme, aveludados pelos sons da respiração. Cumplicidade, partilha, mãos que se apertam, se ajudam, se unem em produção, criação, manifestação divina e faíscas de emoções. Assim se desfiam as teias da arte por pura presença de dois seres que pela simpatia criam afetos mútuos no âmbito dos espíritos, das energias cósmicas que rodeiam e circulam as primeiras e mais poderosas emoções. E de emoção que se desponta em tais sorrisos eufóricos, vivos, reflexivos e filosóficos nasce um sentimento, o amor, cúmplice, amigo, fiel, com um ponto de egoísmo, posse e desejo contínuo de ligação espiritual, eis como são as conexões de seres que não conhecemos, não sabemos, apenas amamos sem precisar de mais nada a não ser um olhar profundo e amigo. Seres que conectados se tornam uno no breve instante da eternidade.