Eu era apenas uma garota cheia de dentes brancos
Com meias grandes e cabelos curtos cobrindo os olhos astutos
Apenas um par de pés afundando no gelo do asfalto
O vento esvoaçando minhas pesadas vestes
Quando minhas pernas curtas tentavam grandes passadas
Era apenas uma canção uivando na mata do sertão
Uma borboleta em meio à estrada, prédios e caminhões
Fios de cores hamônicos entre tecidos ásperos
E saltitava entre as terras barrentas como se sob as nuvens
Fosse encontrar sabão, trazendo para o peito os chiados dos animais
Gritando de revolta quando se estufava o ventre, rugindo entre dentes
os sentidos mais profundos, libertando-os com grandes e graves risos
Eu era apenas dois dedos no urso de pano, fazendo-o entrar num salão
E explodir em brandos seus sonhos mais loucos, apenas a voz estrunchada, meiga
ou calma, a voz de um personagem na tv.
Eu sempre fui uma atriz num palco grande demais para me perceber.
Com meias grandes e cabelos curtos cobrindo os olhos astutos
Apenas um par de pés afundando no gelo do asfalto
O vento esvoaçando minhas pesadas vestes
Quando minhas pernas curtas tentavam grandes passadas
Era apenas uma canção uivando na mata do sertão
Uma borboleta em meio à estrada, prédios e caminhões
Fios de cores hamônicos entre tecidos ásperos
E saltitava entre as terras barrentas como se sob as nuvens
Fosse encontrar sabão, trazendo para o peito os chiados dos animais
Gritando de revolta quando se estufava o ventre, rugindo entre dentes
os sentidos mais profundos, libertando-os com grandes e graves risos
Eu era apenas dois dedos no urso de pano, fazendo-o entrar num salão
E explodir em brandos seus sonhos mais loucos, apenas a voz estrunchada, meiga
ou calma, a voz de um personagem na tv.
Eu sempre fui uma atriz num palco grande demais para me perceber.
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